DESCONCERTANTE VISÃO

MILTON MACIEL

Desconcertante visão:

Selva,

gigante,

fremente

que fico,

que peno

Ao olhar-te.

Tão dilapidada,

queimada,

arrasada,

em pasto

tornada,

em campo

de soja

e de pesticida

(de soja Monsanto)!

Pra meu grande espanto,

a mata, antes viva

hoje é envenenada!

Onde antes havia

um ambiente edênico,

a mudança infernal:

Hoje é só transgênico!

Com seu potencial

De ser patogênico,

E ainda, por igual

Ser teratogênico

E, pra maior mal,

Ser carcinogênico.

Pra lá de grotesco,

Um tal quadro cênico,

Mais além de abismal,

É terrível, dantesco.

Desconcertante visão...

Mas... é Brasil, afinal:

Destruição...

Poluição...

Corrupção...

E muita... muita Enganação!

E a fatura quem paga?

A próxima geração!

Destruímos,

envenenamos,

poluímos...

Em resumo:

saímos dos trilhos.

E deixamos a conta

De um mundo sem rumo

Para os nossos filhos.