terça-feira, 21 de maio de 2013


O VELHO PAPA-VIRGENS – 2ª. parte
Ou “O descabaçador em Ação”
MILTON  MACIEL
Extraído do livro LOLITA DE ARACAJU, A Mais Jovem
Dona de Bordel do Mundo - MILTON MACIEL – Idel – SP

(Este livro é LEITURA PARA ADULTOS. Aos excertos publicados no Facebook e Grupos aplico uma ‘censura’ prévia, amaciando palavras ou eliminando trechos. No blog, o texto é igual ao do livro)

Final da parte 1
– Já vi que você não gostava dele nem um pouquinho. Era por causa desse negócio das menininhas menores de idade?

– Bem, minha filha, não era só isso. Porque, que eu saiba, ele nunca pegou nenhuma mulher à força. Mas era por outra coisa: ele era um usurário, sabe? Um agiota. Há muito que tinha deixado a farmácia e vivia de emprestar dinheiro a juros altíssimos. Elise e eu resgatamos muitas mulheres das garras dele. E aí eu é que tinha que tratar com o nojento. Assim, era obrigada a tratá-lo bem, entende? A gente tinha uma relação comercial ... respeitosa.

PARTE 2
– E tinha algo mais, além desse negócio de agiotagem, que incomodava você?

– Tinha, é claro, pois você não está me perguntando com esse sorrisinho maroto de quem já sabe? Tinha o seguinte: além de causar muita desgraça, tomando as últimas coisas que as pessoas tinham – como qualquer agiota nojento faz – ele se valia disso para conseguir as suas virgenzinhas... E isso era demais!

– Ah, já estou entendendo agora sua bronca com o homem. Ele cobrava dívidas em cabaço, não é?

– É, minha filha, ele preparava as suas armadilhas, cercava famílias que tivessem meninas bem novinhas, mas bem novinhas mesmo – de treze, onze, oito anos até – e dava um jeito de elas caírem no seu laço, tomarem dinheiro emprestado. Era sempre gente que estava nas últimas, no desespero, entende. De um modo geral, depois que teve que contratar guarda-costas para se livrar de pais desesperados, passou a procurar por famílias sem homem – viúvas, divorciadas e, o que é mais comum ainda, mulheres simplesmente abandonadas, todas com filhas ainda novinhas. Sempre tinha alguma pobre mulher enredada com ele, devendo até as calcinhas. E, na hora de cobrar, a única concessão que ele fazia era ser compreensivo em troca de um cabaço novinho para sua coleção.

– Taí, Zezé! Tomara que esse homem ainda ande por aí, com essa mesma mania de descabaçador. Pois agora era o momento ideal de a gente dar um corretivo nele. Você pode fazer algo que permita tirar um bom dinheiro desse agiota: me venda para ele!

Vender você?! – Zezé tomou um susto.

– Isso mesmo! Venda o meu cabaço. E venda bem caro!

– Mas que cabaço, criatura? Pois se você mesma tirou o seu na base da cenoura, com menos de dez anos, menina!

– Cabaço virtual, querida. De mentirinha...

– E como é que a gente vai conseguir uma coisa dessas? Cirurgia plástica? É muito caro...

– Muito mais fácil e barato, Zezé: só cachaça e fígado...

– Hein?!! Agora você pirou, garota!

– Pense, Zezé, pense! Pois o homem não é era um alcoólatra, não vivia sempre de porre? Pois, se ainda está vivo por aí, só pode ter piorado.

– Sim, tudo bem, até aí eu entendo. A gente pode dar um porre no sujeito, um porre tão bem dado que ele nem vai atinar direito se você é mesmo virgem, na hora. Mas... E a famosa prova?

– Ora, querida: bife de fígado nele. Pense, Zezé: imagine que você está no açougue, comprando um pouquinho de bife de fígado. O que é que você vai ver no saquinho, quando chegar em casa?

– Sangue! Bastante sangue... Ah!...

– Isso, amor. Assim você não tem que matar uma galinha, coitadinha. E nem tem que esperar por um dia que seja o do fim da minha menstruação – e Lolita ria, divertida, observando o ar de perplexidade da amiga.
– Mas você é danada, hein!... Que cabecinha!

– Ora Zezé, isso é tão simples. Agente pode tirar sangue de tanta parte do corpo: um furinho ou um cortezinho no dedo. Mas, para um bêbado, é melhor caprichar na quantidade.   

– Pois minha filha, você sempre me surpreende. Se a gente fizer uma coisa assim, não se pode dizer que é uma coisa decente.

– Decente, então, é o que esse velho desgraçado faz, Zezé?

– Não, não, claro que não, mas...

– Mas!... Não tem mas Zezé! O que me entusiasmou, neste caso, quer dizer, se esse homem ainda estiver por aí e com o mesmo vício de bebida e cabaço, é justamente dar-lhe um merecido castigo. Eu vou adorar poder aprontar pra cima de um imbecil como esse. E, para ficar ainda melhor, a gente consegue o dinheiro que precisa para o resto da instalação da casa.

– Será, Lolita? Quanto será que um homem daria pelo seu cabaço?

– Ah, isso deixe comigo, meu amor! Pode deixar que eu me garanto. Deixo o indivíduo louquinho por mim, babando, desatinado. Aí a gente faz o preço máximo pelo cabaço virtual da sua amiga aqui. Mas isso não vai ser tudo, é claro. Você vai pedir um empréstimo para ele, primeiro. Um dinheiro muito maior.

– E será que ele empresta para mim?

– Dê só uma olhadinha na sua avalista aqui – e ergueu a saia.

CONTINUA

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