domingo, 29 de setembro de 2013


Ah, O AMOR! 
MILTON  MACIEL

Ah, o Amor!
É à socapa, sorrateiro, silencioso,
Com pés de lã, que ele invade-nos a vida.
Malgrado o nosso não querer dessa ferida,
Ei-lo de volta, a iludir-nos com seu gozo.

Ah, o Amor!
Recalcitrante o nosso peito, calcinado
Pela fogueira em que ardeu o coração,
Não quer saber de viver nova paixão.
É um peito seco, destruído, derrotado.

Ah, o Amor!
Como é impossível resistir a seus apelos!
Ei-lo que volta, com furor de inundação,
Fertilizando o estéril solo em eversão,
O amargo peito reenchendo de desvelos.

Ah, o Amor!
Chegou sutil, sem deixar-se ser notado,
E o incauto peito inflamou em labaredas.
Esperança! Estou de volta a tuas veredas:
Sim! Eu estou, outra vez, APAIXONADO!...

sábado, 28 de setembro de 2013

PARA QUE O AMOR SOBREVIVA À PAIXÃO

 
PARA QUE O AMOR SOBREVIVA À PAIXÃO
MILTON MACIEL

Atenção focada na outra pessoa –  o tempo todo! – é essencial.
Mas o esforço para manter-se admirável aos olhos dela,
em que pese o passar do tempo, é ainda mais fundamental.

Caso contrário, se esquecemos o encantamento,
Se deixamos a magia aos poucos se desfazer...
Se a paixão se extingue antes de o Amor crescer,
E se a alegria de antes quer se fazer lamento...
Então o Tempo se encarrega de fazer do Amor o Obsoleto.

Mesmo a Paixão maior se esvai,
Perde-se na bruma da rotina diária tediosa,
Que afasta o afago, o carinho, o perfume e a rosa.
Paixão é fogo que rápido arde e depressa se consome.
Inclemente, impassível, o Tempo a corrói. E ela some...

Por isso, Paixão só não basta!
Paixão vem do corpo. Mas o Amor vem da Alma.
O amor com-paixão tem que virar Amor-Compaixão,
Que tenha empatia, respeito, companheirismo, delicadeza.
E muita, muita ternura. Ternura é fundamental!

Dar-se tem que vir sempre em primeiro lugar,
Porque é o entregar-se que permite compartilhar.
E, sem compartilhar o bom e o ruim, o trivial e o sublime,
o Amor esmorece, agoniza e morre à míngua.
Que é arte de fazer do Amor a Solidão.


sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Por seu amor eu abençôo meu cansaço.

POR SEU AMOR EU ABENÇÔO O MEU CANSAÇO 
MILTON  MACIEL

Eu chego exausto demais no fim do dia
Tenho um tabalho que só me vilifica.
Nele não tenho qualquer contentamento
Ali me esfalfo, sem descansar um momento.
Vendo minhas horas para uma gente rica,
Que me explora e me mantem nesta agonia.

Cruzo a soleira de casa derrotado,
Desiludido com o meu triste fado.
Mais eis que então, todo dia, tudo muda,
Pois aqui dentro eu encontro quem me acuda:
Você me acolhe em seus braços amorosos
E eu passo a ser um dos homens mais ditosos.


Esqueço a mágoa do trabalho escravizante,
Me retempero por inteiro em seu amor.
Não há cansaço, não há mágoa, não há dor
Que resistam a sua presença inebriante.
E reconheço que eu sou um abençoado,
Porque eu tenho você sempre a meu lado.

Vendo seus olhos cristalinos eu renasço,
Por seu amor eu abençôo o meu cansaço!


quinta-feira, 26 de setembro de 2013

HÁ NO SEU OLHAR

HÁ NO SEU OLHAR 
MILTON MACIEL    

Há no seu olhar o brilho vivo das manhãs.
Por isso ele me infunde Vida
e eu me entrego inteiro à força do seu cintilar opalino.
Que me entusiasma, reanima e me impulsiona para além do meu mundo pequenino.

Há no seu olhar a serenidade dos ocasos.
Por isso ele me infunde Paz
e eu me entrego inteiro à energia do seu brilho cristalino.
Que me equilibra, retempera e me leva para além dos limites do meu mundo masculino. 

Há no seu olhar todos os mistérios da noite.
Por isso ele me infunde Crença
e eu me entrego inteiro à glória do seu fulgor hialino.
Que me orienta, pacifica e me transporta para muito além de mim – para o Divino.

Há no seu olhar a alvorada dos que amam
Por isso ele me infunde Amor
e eu me entrego inteiro ao seu esplendor adamantino.
Que me transforma, dignifica e me prova que estar junto a você é meu único destino!

AO PÉ DA LETRA


AO PÉ DA LETRA   
Ou De Como me Ferrei Traduzindo Inglês (e de como isso foi o melhor negócio!)   
MILTON  MACIEL   
  
Ô língua desgraçada essa de americano, o tal de inglês! Descolei um bico aqui na Glória, no hotel. Um ajudante de valet se mandou com uma cabrocha e não deu mais as caras. O hotel ficou em necessidade e aí o Moqueca me indicou pra vaga. Os caras tavam tão a perigo que nem teste fizeram comigo. Mas me exigiram uma coisa: Você fala inglês? Porque tem que falar alguma coisa e entender o que os gringos pedem. Você se vira com inglês?

Na hora eu gelei e menti: Iéssér, ta tudo dominado, bróder. O cara engoliu e me deu a vaga. Aí eu fiquei na maior fria, é claro, com medo que algum hóspede gringo viesse falar direto comigo. Mas não deu outra, menos de uma hora depois já veio o primeiro e falou um treco esquisito assim:

 – Rauareiudúin – Foi mais ou menos isso.

Eu fiz que não era comigo, acenei pro outro lado da rua e saí correndo, como se fosse atrás de alguém. O gringo pegou outro pra cristo. Me safei, mas foi por pouco. Aí fui pedir socorro pro Moqueca. O negão tremeu todo aquele enorme barrigão, na maior gargalhada com o meu problema. Mas aí ele foi legal, disse que ia afanar um dicionário de inglês que tinha na portaria e trazia pra mim.

Não sei pra que isso! Quando peguei aquele troço na mão, bróder, era só coisa que ninguém pode entender. Mas o Moqueca disse que foi assim que ele se desapertou, mais a ajuda da Raíssa, que se virava em Copacabana e tinha uma pá de cliente gringo, trasava legal um monte de palavrório de americano. Mas aí eu dei um arrocho no Moqueca.

– Ta, mas e o tal de rauareiudúin, como é que fica?  Moqueca rebateu na hora:

É ingreis, mano, é Rau are iu duing, qué dizê que eles ta te cumprimentando, que nem se dissesse E aê, tudo legal? O Rau qué dizê Como. O iu é você mesmo, mermão. E oduin quer dizer fazendo. O are eu não sei, acho que ta ali de bobera, não faz falta traduzir.

Eu estranhei: Ué, quer dizer que eles me cumprimentam querendo saber como é que eu tou fazendo?! O  Moqueca confirmou: Língua de doido, sô! De qualquer jeito, mais na minha, voltei pro meu lugar e fiquei esperando o próximo gringo. O Moqueca me ensinou que, quando você não entende, deve dizer sempre iéssér ou então veriuél, que aí os gringos ficam contentes.

O próximo gringo era uma gringa. Alta, loira, é claro, queimada como camarão e quarentona. Fiquei esperando o rauareiuduin para responder vériuél. Pois o diabo da gringa veio com outra coisa:

– Rauduiudu? – E eu me ferrei de novo! Arrisquei um vériuél e ela ficou satisfeita, até riu pra mim: Gud, véri gud.

Dei o golpe do aceno de novo e  corri pro Moqueca. Que raio queria dizer isso, os gringos mudavam o jeito de chegar na gente assim, é? O Moqueca curtiu de novo com a minha cara e falou:

– Olhai, mermão, tu tem que intendê as palavra, saco! Esse tal de du quer dizer fazer. O resto fica fácil.

– Então dessa vez a gringa não quer saber como eu estou fazendo, ela quer saber como é que eu faço. É isso? O Moqueca fez com a cabeça que sim, que era mais ou menos isso.

Coisa estranha esses americanos! Cumprimentam perguntando como é que e gente ta  fazendo. Ou então como é que a gente faz. Mas faz ou ta fazendo o quê? Será que é o que eu to pensando? Muita cara de pau deles! Mas é gente de outro país, sabe lá como eles não são abusados por lá.

Aí a coisa continuou por uns dias sem maiores problemas, um gringo velho e aquela gringa vermelha eram os únicos que pareciam ter preferência por mim. O homem sempre me perguntava como é que eu to fazendo. E a mulher sempre perguntava como é que eu faço. E ela sempre sorria e piscava o olho pra mim. Aí saquei o que a gringa tava querendo. Era mesmo o que eu tinha imaginado. Ela queria saber como é que eu faço aquilo, tava na cara! O jeito de sacana dela não deixava dúvida.

Aí me preparei pra guerra. No outro dia, eu cheguei com um albumzinho de fotos desses de revelações de uma hora. Ali eu tinha uma boa dúzia de fotos minhas com a Guiomar, a gente na cama e no chão do motel, fazendo as coisas de tudo que é jeito, uma beleza. A gente armava a máquina pra 30 segundos, corria pra posição e clic! Ficou um espetáculo. Agora é que a gringa ia ver como é que eu faço o negócio sério. E não deu outra. Assim que ela veio, toda sorridente e me perguntou, piscando aquele olho sacana,rauduiudu, eu respondi na mesma hora iéssér e estendi o álbum pra ela, já aberto na primeira foto.

Pensei que a gringa ia ter um troço! Primeiro ela arregalou os olhos, com cara de susto. Depois ficou duas vezes mais vermelha do que já era. Aí olhou pra mim com cara de furiosa e falou alto:

 – Rauduiudér?!!! Ariú creizi? Rauduiudér?!

Não entendi! A gringa parecia furiosa. Mas, apesar disso, ela olhou todas as fotografias, me olhando com cara de reprovação. Aí ela jogou o álbum no chão, na minha frente e saiu falando um monte de coisa naquela língua arrevesada dela.

Aí eu fiquei assustado. Será que a gringa achou que eu fazia as coisas muito mal? Ou bem demais? Achei depois que era porque, no país deles, eles devem de fazer tudo muito diferente, então. Claro, corri pro Moqueca. Mas ele não sabia o que era aquela história de rauduiudér, de ariucreizi.

Então a gente foi até a recepcionista, que é fera em inglês e a gente falou o que a gringa tinha gritado pra mim: rauduiudér e areiucreizi. A moça explicou, escrevendo pra gente ver como era;

– How do you dare significa Como você ousa. E Are you crazy quer dizer Você é louco?

Aí o caldo engrossou pro meu lado: um gerentezinho imbecil estava ouvindo tudo e foi me entregar pro chefe geral, o japa. Rua na mesma hora! Me mandaram embora e fim de papo. E o pior é que eu continuava sem entender. O raio da gringa me perguntando, com ar de safada, como é que eu faço e quando eu, porque não podia falar a resposta, levei o álbum, ela acaba ficando uma fera.

Bom, voltei pro barraco, peguei o violão e comecei a me dedicar a criar o próximo samba-enredo da Estácio. Esse ano tenho certeza que vou emplacar, junto com meus parceiros. Passei a tarde inteira na rede, tocando, compondo e mandando umas brama. E aí aconteceu a coisa mais estranha de toda a minha vida, algo que eu nunca podia esperar.

Lá embaixo eu vi um táxi parando e o motorista mandando os moleques pedir autorização pras chefias lá em cima, pro passageiro poder subir. Não, claro que não é isso a novidade, isso é super comum, porque se o cara sobe sem autorização, leva chumbo na primeira curva. Mas o incomum foi o que veio depois. Eu esqueci a coisa do táxi e voltei a tocar meu samba, beber minhas cevas, quando o tal do passageiro encosta na minha rede, no meu barraco e fala comigo:

– Raí rânei, raudoiudu?

Levei o maior susto, gente! Pois se era a gringa vermelha em pessoa! Aí ela foi logo me pegando, me beijando, passando a mão em tudo que era lugar, falando um monte de coisas sem parar, parecia que tava com uma fome de anteontem. E olha que tava mesmo, porque foi difícil matar a fome da mulher!

Conclusão: a gringa tinha se amarrado nas fotos do albumzinho, deu uma de fazer doce na hora, mas quando soube que tinham me mandado embora, ficou uma fera com o gerente do hotel. O Moqueca me contou que ela só faltou dar porrada no cara, um japonezinho baixinho que só se curvava o tempo inteiro, pedindo perdão. E ela exigiu o meu endereço, que o Moqueca passou na mesma hora pro João Fancha, um motorista de taxi que faz ponto no hotel. E a gringa veio atrás de mim. Essa é a história incrível!

E agora o mais difícil de acreditar ainda: Amanhã o papai aqui está embarcando pros Esteites, com o violão, pra mostrar o meu samba pra gringalhada. A gringa, que aliás se chama Márion, tá me levando, vou morar com ela em Miami, que ela diz que é quentinho e tem praia como o Rio, pra eu não estranhar. Com todas as mordomias e uma boa grana. E o gostosão aqui só tem que comparecer todo dia nos conformes das fotos com a Guiomar. Foi só o tempo de tirar o meu passaporte e o meu visto de artista, ela tratou disso pessoalmente no Consulado, se responsabilizou por mim. Durante esses meses, fiquei no hotel como hóspede, meu chapa! No apê da gringa, quer dizer, da Márion. Tirando onda com a cara do japurunga que me demitiu, fazendo ele de capacho, dando cada puta gorjetão pro Moqueca.

Ah, se eu aprendi inglês?  Ainda estou no iéssér e no vériuel. Isso é suficiente pra o que eu tenho que fazer. Nessas horas, o discurso é sempre ela que faz.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

PERDÃO

PERDÃO  
MILTON MACIEL

Fala,
Grita,
Briga,
Fere.

Deixa,
Parte,
Perde,
Pune.

Anda,
Corre,
Salta,
Foge.

Pára,
Sente,
Sofre,
Chora.

Pensa,
Volta,
Pede, 
Implora.

Cede,
Toca,
Beija...
E ama!



terça-feira, 24 de setembro de 2013



SER FELIZ É OLHAR PARA  TRÁS
MILTON  MACIEL

O verdadeiro amor está muito mais
em ter tido a felicidade de partilhar:
Doces e duros momentos,
as alegrias e os contratempos,
os altos e baixos do dia-a-dia simples,
a cumplicidade do agora.

Está muito mais no acumular de experiências e vivências
que constroem um passado de compreensão e tolerância.
De amizade e carinho. De superação de divergências.
De adaptação e mútua concessão.
De aceitação e admiração recíproca.
E de respeito e trégua duramente aprendidos.

As pessoas nem sempre percebem que
Ser feliz é um olhar PARA TRÁS!
Ao contrário..., elas tendem a viver infelizes
Por causa de um veneno chamado
MEDO DO FUTURO, medo de perder.

Só que aquilo que você tem dentro de si
não pode mais ser perdido.
É tesouro indestrutível! 
Uma relação pode acabar,
o afeto de amanhã pode mudar.
Mas tudo o que foi vivido não muda,
está guardado para SEMPRE,
per omnia secula seculorum.

HÁ QUE OLHAR PARA TRÁS.
E reviver na mente cada bom momento,
cada conquista, cada carinho, cada encantamento,
cada triunfo sobre si mesmo;
E tudo ver com reconhecimento!
Portanto, ser feliz é, acima de tudo,
um estado de contínua GRATIDÃO.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

AMAR VOCÊ É A MELHOR COISA DO MUNDO

AMAR VOCÊ É A MELHOR COISA DO MUNDO 
MILTON  MACIEL    

Amar você foi simples, algo fácil, natural. Inevitável!
Quem pode resistir ao fascínio de uma alma superior?
Amor que não se abisma na beleza, no corpóreo,
Transcende o próprio Tempo, que é deles predador.

Podem os enamorados de ontem seguir enamorados?
Sim, se ambos souberem preservar-se mutuamente admiráveis.
E aprenderem que o segredo é jamais deslocar do outro o foco essencial.

É saber negociar com as trivialidades da vida – que envenenam.
É não deixar-se perder pelos meandros enganosos da rotina – que corrói.

É nunca deixar de lado romantismo, delicadeza, respeito e solidariedade.
É carregar os fardos sempre juntos nas adversidades - que são certas.

Nunca deixar de acreditar e, ao lutar juntos, ver que há rosas entre os espinhos.
E, nas horas mais maravilhosas, ser prudente, pois há sempre espinhos entre as rosas.

E é ter permanente gratidão por ter o outro em sua vida, a ajudar-lhe o crescimento.
E ter a felicidade suprema de reconhecer, ano após ano, e após ano, e após ano,

Que amar você é a melhor coisa do mundo:
Porque a melhor coisa do mundo é... VOCÊ!

domingo, 22 de setembro de 2013

THAT RARE NUDE ELEGANCE: NOTHING LESS !     
MILTON  MACIEL   (POEMS IN ENGLISH)

No matter what your shoes are,
No matter what your dress is:
You’re naturally elegant – nothing less!
No matter whether you dress,
No matter if you undress:
You’re elegant by yourself – nothing less!
Clothes or shoes can’t give you elegance:
You’re elegant by yourself – nothing less!
You have the rare thing I call nude elegance:
You’re naturally elegant – nothing less!

Your naked body is above any fashion,
Its beauty arousing in me such emotion!
And when you walk… you’re just perfect:
You're naturally elegant - nothing less!
Your walking exerts an incredible effect.
You don’t need expensive attires:
You’re elegant by yourself – nothing less!
Your true elegance is all my soul admires.
You don’t need any fashion for success:
You’re totally adorable – I confess!
Your natural elegance enchants and inspires:
No matter what you wear: you have finesse!
You have that rare nude elegance – NOTHING LESS !

sábado, 21 de setembro de 2013

LIVROS DE MILTON MACIEL

LIVROS  DE MILTON MACIEL 2013
CINCO NOVOS LANÇAMENTOS – TRÊS RE-EDIÇÕES
(Ver figura no final)
INFORMAÇÕES, PREÇOS E PEDIDOS: delphos09@terra.com.br 
Lançamentos do PRIMEIRO SEMESTRE:

O CERCO – Novela histórica – 400 pgs – Invasão dos hunos à Gália em 451 A. D. Três sacerdotisas celtas e um eunuco levam à vitória dos aliados sobre os invasores. Um vibrante relato desenvolvido como roteiro cinematográfico.
HELLO, TCHÊ – CONTOS do Norte e do Sul – 240 pgs – 42 contos que vão do humor ao erótico, do feminismo ao regionalismo gaúcho.
HELLÔ, TCHÊ – POEMAS do Norte e do Sul – 160 pgs – 90 poemas em português e 10 poemas em espanhol – Os temas são idênticos aos dos CONTOS.
A PRINCESINHA QUER DANÇAR – Poema Infantil – 52 pgs – Um longo poema sobre a arte nobre da dança e uma princesa rebelde.
DO SUL AL SUR – DEL SUR AO SUL – 160 pgs – Bilíngüe – Contos e poemas em português e espanhol, ambientados na fronteira do Brasil com o Uruguai. É um livro extremamente gaúcho. Es un libro completamente gáucho.
Reedições:
A SOPA QUÍMICA, Nossa Alimentação Suicida – Retorna nosso best seller sobre os desequilíbrios da alimentação contemporânea e sobre a Dieta Paleolítica, que estava esgotado pela segunda vez.
LOLITA DE ARACAJU, a Mais Jovem Dona de Bordel do Mundo – 320 pgs – Nosso mais conhecido romance, dos que têm como fundo a prostituição infantil. Humor e erotismo usados para introduzir um tema para lá de sério.
A ESPERA E A NOIVINHA – Romance em Contos – 240 pgs – 4 grandes capítulos narrando a saga de duas meninas de 11 e 14 anos, que lutam contra a vida que quer arrastá-las e  mantê-las na prostituição, nas estradas e postos de gasolina do Nordeste. Tem também humor e erotismo como iscas para atrair o leitor. Baseado em casos reais. O autor o considera sua obra-prima. Tem capítulos e trechos em nordestinês puro.
A BELA MORDE A FERA – Autodefesa Feminina – 320 pgs – de Ellen Snortland (Beauty Bites Beast) e Milton Maciel (O Machismo Oculto) – Ensaio em português, tradução do original em inglês, que discute como a mulher pode se defender de agressões masculinas: psicológicas, físicas, sexuais, profissionais e midiáticas. Um best seller sobre o assunto nos EUA.
Livros de Agricultura Orgânica:
Disponíveis:
AGRICULTURA URBANA – Manual Prático – 60 pgs
NUTRIÇÃO DE RUMINANTES NA SECA – Manual Prático – 40 pgs
SUBSTRATOS E VIVEIROS – Livro – 80 pgs
Seguem esgotados (serão publicados como e-books):
COMO TORNAR SEU SÍTIO LUCRATIVO – 80 pgs – Nosso best seller absoluto de todos tempos, esgotado mais uma vez.
A HORTA ORGÂNICA PROFISSIONAL – 152 pgs
COMO PRODUZIR AÇÚCARES ORGÂNICOS – 140 pgs
Em Inglês:
USA IS NOT BRAZIL – Ensaio sobre a inviabilidade econômica do etanol de milho nos Estados Unidos, comparado ao etanol de cana no Brasil. Cana, açúcar e álcool orgânicos no Brasil. Recuperação de solos degradados. Limites concretos dos biocombustíveis. (Publicado originalmente em Biofuels Now, Energy Bulletin, Energy Resources e Anals of ASPO-USA/Universidade de Boston, 2006)

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

HERÓI  FARRAPO     
MILTON MACIEL

Levei pontaço de lança,
Quatro tiros de fuzil,
Enquanto estava lutando
Pra transformar o Brasil.
Passei fome e muito frio,
Era na chuva e no estio,
Pelas coxilhas sangrando,
A minha vida ofertando
Pro sonho republicano.
Lutando ano após ano,
Resistindo aos atropelos,
Pelo pampa e na coxilha.

Por ter um filho e uma filha,
Foi pensando em defendê-los
Que fui herói farroupilha.
Lutei no campo e na serra,
Lutei no mar e na terra.
Lutei no forte e na ilha.

Com Garibaldi em Laguna,
Fui marinheiro de escuna.
Com o Neto eu fui lanceiro,
Com Bento fui fuzileiro,
A guerra, minha tribuna.

Cruzei espada e facão,
Na baioneta ou na mão,
Nunca refuguei combate!
Gaúcho bom não se abate
Por mais que esteja ferido.
Pelo Rio Grande querido
Entrega o corpo e a alma.

Mesmo ante a morte tem calma,
Não se assusta nem baqueia.
Entende que é mesmo assim,
Pois sabe que, até o fim,
Não tá morto quem peleia!


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

SEDE ETERNA    
MILTON MACIEL  

Assedentado de você por todo o sempre,
Em mil suspiros a vagar pelo borriço,
Sigo perdido, pelo ambiente encharcadiço,
Sem ter de mim a mais ínfima consciência.

Por pressentir a minha própria impermanência,
Me arrasto a custo pela transitoriedade.
O que me arrasa é padecer esta saudade,
Que me aprisiona num perpétuo desvario.

Hórrido é o ímpeto de arrojar-me neste rio
E afogar nele meu corpo e minhas mágoas,
Como se fosse possível, em suas águas,

Tornar soluto o meu ser em sua inteireza.
Talvez assim não fosse eu mais só uma Incerteza,
Assedentada de você por todo o sempre!

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

UMA FORÇA DESMEDIDA

UMA FORÇA DESMEDIDA 
MILTON MACIEL

Se, por causa destes sonhos, eu me vejo assim levado,
Se, andando nestes passos, sigo só pelos caminhos,
Quero crer que sigo em frente, meu destino está traçado:
Sigo o rumo desolado
Dos corações mais sozinhos,
Dos seres mais comezinhos
Que arrastam seu duro fado.

Quero crer que sigo em frente por meu próprio desatino,
Pelos carreiros do mundo, sou mais um homem perdido,
Que se arrasta, inutilmente, pra cumprir o seu destino:
Ante a vida só um menino,
Como um pássaro ferido,
Para o vórtice atraído,
A gemer o último trino.


E, no entretanto, eu continuo assim.
Pelas estradas... levantando pó,
Pois meu destino é ser um homem só:
Jamais parar até que chegue o fim.

Quero crer que sigo em frente, minha vida não tem volta,
Vou tangido pelos ventos, como uma folha caída,
Não tem dor, não tem soluço, não tem ai, não tem revolta:
Solitário sem escolta,
Uma força desmedida
Me faz resistir à vida
E a vida... não me solta!

Miami, 18/09/2013

terça-feira, 17 de setembro de 2013

SERÁ QUE ESTOU VIVO?

SERÁ QUE ESTOU VIVO?
MILTON MACIEL 


À
s vezes eu sinto, pressinto,
acordando,

Que sigo dormindo, caindo,
flutuando.

Então eu duvido, aturdido,
me descontrolando:

Não será a Morte, por sorte,
que está me levando?

É aí que eu paro, reparo,
Fico observando:


Será mesmo, a esmo,
que estou respirando?

Será ainda crível, possível,
que esteja eu vivendo?

Ou é que eu sonho, bisonho,
me auto-extinguindo?

Não mais que um engano, insano,
rotundo, hediondo,

Uma torpe ilusão, irrisão...
Sou só um erro profundo???

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

MAR DOS NAUFRAGADOS 
MILTON MACIEL

Cheguei atravessando a madrugada,
No meio de coriscos incessantes.
Trazia em mim a mesma dor de antes:
A angústia de não ter a minha amada.

Entre nós houve um oceano de degredo,
Entre nós, a solidão desesperada.

Fiz-me ao mar superando todo o medo
Naveguei como um doido em disparada.
Entre escolhos e rochedos, correntezas,
Para a frente: era chegar... ou era o Nada!

Colheu-me a escuridão das incertezas,
Varreu-me a tempestade desalmada,
Choquei-me com o recife, soçobrei,
Meu barco em mil pedaços destroçado.

Foi na Morte que achei forças e nadei
Com a energia de um ser desesperado.
Eu não podia aceitar meu próprio fim
Sem ver você de novo frente a mim!

Depôs-me o mar na areia, só, desacordado.
Mas ao raiar do sol, abri os olhos, despertei,
E vi que havia um... Anjo do meu lado.

Aos poucos sua imagem se formou
Ante meus olhos doloridos e cansados:
E era a mulher dos meus sonhos, meu amor,
Por quem venci o mar dos naufragados!

domingo, 15 de setembro de 2013

SUPREMA EXPRESSÃO DE BELEZA


SUPREMA EXPRESSÃO DA BELEZA   
MILTON  MACIEL 

Ó divinos criadores, arquitetos celestiais,
Eis o novo desafio, de dimensões colossais:
É mister que, hoje, criemos o canto de uma nação
E, para os seus habitantes, uma forma de expressão.

Seja uma forma falada das mais sutis melodias,
Que possa cantar, a um tempo, os amores e elegias.
Que tenha o sonido cavo do ribombo dos trovões,
Expresse o bramido das ondas, o ronco dos furacões.

Mas que possa, ao mesmo tempo, doces amores cantar,
E espalhe os suaves sussurros dos amantes ao luar.
Que ela traduza, dolente, mil sutis sonoridades,
Que vão do brilho dos céus até a escuridão do Hades.

Que abrigue em seio gentil as rimas mais primorosas
E que descreva, inebriante, cores e aromas de rosas.
Mas também saiba dizer, a mais que suaves dosséis,
O estrupidar violento dos cascos de mil corcéis.

Cante a vida delirante, com seus prazeres sensuais,
Mas grite também lamentos nos momentos mais fatais.
Que externe a alegria que encanta e a mágoa que corrói
E celebre, em triunfantes odes, os seus maiores heróis.

E ao chegarmos, no final, a tal expressão da Beleza,
Chamaremos a esta jóia de LÍNGUA PORTUGUESA.
                                                 (Quadro: O Menestrel, por Franz Hals)