terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

AMOR, TÍMIDO TEMOR
Milton Maciel

No ocaso triste, que a tarde cala,
Na Lua Branca, que à noite fala,
No velo cinza, que sobe ao chão,

Pressinto, tênue, teu vulto breve,
Suponho, suave, teu passo leve,
Respiro, tenso, minha paixão.

Se chegas mesmo, me tremo todo.
Se falas algo, me faço mudo;
A voz não sai, de nenhum modo.

Tento dizer... e esqueço tudo.
Silente quedo, quando a teu lado.
Te perco: cumpro meu triste fado.

(1º, Lugar: Prêmio Nacional NOVA LITERATURA, São Paulo, 2010)

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