quarta-feira, 9 de setembro de 2015

UM QUASE SOL 
MILTON MACIEL

Um quase-sol semidesmaia no horizonte,
por trás de nuvens ralas, baixas, descabidas.
E um céu cinzento obscurece minha fronte,
levando a doer, ainda mais, minhas feridas.

Em cada nuvem, esboçada pelo vento,
Eu sempre acabo por prever sua figura.
Sou só saudade, sou névoa, ressentimento,
Um triste amante, estremunhado em amargura.

No contraponto das esperanças perdidas,
eu desespero, pois pressinto, em plena agrura,
você inconstante, como as nuvens esbatidas.

No meu futuro vejo só agonia pura:
O sobressalto de suas voltas e partidas
e o insano amor que, por você, em mim perdura.


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